Alerta foi de pároco na celebração de bênção e inauguração do Santuário e Recanto de Espiritualidade Santo Antônio da Lapinha
São aproximadamente 30 a 35 quilômetros do trevo de entrada de Capitão Enéas, no Norte de Minas Gerais, até a Lapinha, um local onde há árvores, pedras, uma gruta, muita tranquilidade, paz de espírito e que foi mais abençoado e inaugurado como Santuário e Recanto de Espiritualidade Santo Antônio da Lapinha, no último domingo (18/09), em missa presidida pelo arcebispo metropolitano de Monte Claros, dom José Alberto Moura.
Na chegada do arcebispo ao Santuário e Recanto de Espiritualidade Santo Antônio da Lapinha, acontecia a encenação do Grupo Teatral “Senhor Jesus” da Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Montes Claros, que aproveitava o espaço da Lapinha como palco e atraía grande número de observadores, mesmo com as constantes andanças dos atores pelo cenário natural. O grupo teatral costuma vir a Lapinha todo ano para retiros espirituais.
“Que esta gruta sirva a toda a comunidade”, salientou dom José Alberto e explicou que “não quer dizer que a família doando o terreno, a Igreja vai tirar e pegar” pra ela. Dom José Alberto apontou para o sentido de preservação do espaço natural. “Aquilo que é de todos cada um tem que cuidar com muito carinho. Demorou tantos anos para ser formado” isso aqui, argumentou o arcebispo e reforçou o mesmo pensamento de preservação patrimonial quando foi entrevistado pela Equipe do “Jornal Acolhida”, grupo de jovens da Paróquia São Sebastião de Capitão Enéas que tinha o papel de registrar e alegrar este dia dos romeiros no Santuário. “É preciso preservar a natureza”, afirmou o arcebispo ao ser perguntado pela Equipe do “Jornal Acolhida”.
Em uma entrevista com um fiel da comunidade, este ofereceu uma resposta que talvez seja a realidade da maioria dos moradores dali ao ser indagado quantas vezes visitou a Lapinha. “Não sei quantas vezes porque nasci e criei aqui”, testemunhou o fiel. O Santuário e Recanto de Espiritualidade Santo Antônio da Lapinha fica na Fazenda São João, em Santana da Serra, segundo distrito de Capitão Enéas, no Setor Leste Arquidiocesano e onde cemitério é chamado de “campo santo”.
Durante a celebração eucarística, os sacerdotes eram imensamente gratos ao casal José Augusto Ataíde, Geralda Pereira Rocha e a toda a família, parentes e amigos. “Acabamos de assinar essa doação e queremos agradecer de coração aos doadores senhor José Augusto e dona Geralda”, enfatizou o padre Jairo da Silva Queiroz, pároco local, e que trabalhou bastante no comando da organização para que a Lapinha fosse elevada à dignidade de Santuário e Recanto de Espiritualidade. Aqui passa a ser agora “lugar de devoção a Santo Antônio da Lapinha e ao Senhor Nosso Deus”, completou o sacerdote diocesano que lembrou também, na leitura do documento que transferia as terras para a Igreja, do agrimensor Floriano Neiva de Melo Franco. O documento data de 14 de setembro deste ano.
O pároco afirmou ainda que esta celebração é “uma forma da Igreja devolver ao povo” a “vivência de sua fé”. No entanto, alertou: “A Igreja não vai colocar cancela na Lapinha”, ao sublinhar que o local ficaria aberto para todas as pessoas interessadas em cuidar desta obra divina e que a Igreja ficaria em seu papel de aconselhamento, através do Conselho de Pastoral Comunitário de Santana da Serra.
O atual prefeito de Capitão Enéas, Reinaldo Teixeira, também esteve presente à celebração de bênção e desnudamento de placa do Santuário e Recanto de Espiritualidade Santo Antônio da Lapinha. Revelou que se sentia mais privilegiado ainda, ao mencionar que foi umas das primeiras pessoas a se encontrar com o arcebispo dom José Alberto. “Sem nos conhecermos, viajamos juntos, lado a lado”, citou Teixeira e, com relação a Lapinha, disse que “é uma satisfação estar aqui neste espaço natural, espaço de Deus, construindo um espaço importante da Paróquia” São Sebastião. Para ele, esta cerimônia marca a história de dedicação de muitas pessoas a Lapinha. Que este lugar abençoado colabore para que Capitão Enéas seja “uma cidade de mais fé, de mais esperança e mais humana”, acrescentou o prefeito municipal.
O professor de Geografia e Filosofia, Valdeir Rocha da Silva, 36 anos, casado, foi o guia do arcebispo metropolitano, que visitou pela primeira vez a Lapinha. Da Silva contou que sua ligação com Capitão Enéas, através dos parentes que tem na terra, o fez conhecer melhor a região. Desde criança que o professor tem contato com as histórias e com a vida da comunidade. Ele contou que a Festa de Senhora Sant´Ana é tradicional ali e é realizada sempre no final de julho. Já a Festa da Lapinha acontece em 13 de junho. “O pessoal da comunidade tem um respeito muito profundo por este lugar. Percebi isso faz 20 anos pra cá”, mencionou Da Silva ao citar a dedicação de pessoas, aliadas à força familiar, como seu José de Lita, Miguel Jair Brandão e João Eles de Souza. “Várias famílias que vinham assumindo” as celebrações aqui, reforçou a história da comunidade. As festas começavam logo cedo, com alvoradas, celebração de batizados, missas, barraquinhas e muito forró.
Uma das famílias que zelam pela Lapinha é a de João Eles de Souza, 47 anos, produtor rural. Ele esteve presente em toda a celebração solene de inauguração deste Santuário e Recanto de Espiritualidade. É uma daquelas pessoas que não deixam de passar religiosamente na Lapinha e conferir se o local está bem limpo. Nascido na região, João Eles de Souza ficou bastante emocionado durante toda a missa. Testemunhou que isso aqui é o sentimento de “uma cultura familiar, religiosa e de muita fé que vem de pai pra filho, e hoje chega pra mim”, completou o produtor rural ao falar sobre o que representava a Lapinha para ele.
Autoridades eclesiásticas de todo o Setor Leste Arquidiocesano prestigiaram a cerimônia de bênção e inauguração do Santuário e Recanto de Espiritualidade Santo Antônio da Lapinha
