sexta-feira, 24 de junho de 2011

Arcebispo une "Eucaristia e Vida no Planeta" no Dia de Corpus Christi

POR Valéria Borborema

A tradicional celebração de Corpus Christi atraiu cerca de duas mil pessoas oriundas da 2ª Região Pastoral do Setor Centro da Arquidiocese de Montes Claros, que abrange a Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Catedral), a Paróquia Nossa Senhora da Conceição e São José (Matriz), a Quase-Paróquia Sagrado Coração de Jesus e a Comunidade Eclesial Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Orfanato). À Missa em Ação de Graças, que começou por volta das 16h, na Praça Doutor Chaves [Praça da Matriz], centro histórico da cidade, seguiu-se procissão pelas ruas Doutor Veloso e Dom Pedro II, até a Praça Pio XII, que foi literalmente tomada de fiéis. Eles acompanharam o carro onde o arcebispo metropolitano dom José Alberto Moura transladou o Santíssimo Sacramento (Hóstia Consagrada) e depois superlotaram a Catedral para a Bênção Final.
 
Arquimoc Imagens - 23/06/2011
MUITO TRABALHO, DISPOSIÇÃO E FÉ - Fiéis ornamentam trecho da Rua Doutor Veloso perto da esquina com a Rua Dom Pedro II por volta das 16h
 
Durante a homilia, ainda na Praça da Matriz, dom José Alberto procurou unir “Eucaristia e vida no planeta”, numa clara alusão à Campanha da Fraternidade 2011, que chama atenção para o problema ecológico na Terra. “Jesus viveu para o Pai. Ele nos chama a viver por Ele, que veio dar a vida por nós”, ensinou para abrir um preâmbulo com o Velho Testamento, notadamente no que diz respeito à libertação da escravidão no Egito. “No deserto, o povo judeu suportou as agruras de uma caminhada longa, difícil, cheia de obstáculos. Apesar de tudo, Deus, por meio de Moisés, dava valiosas orientações”, sublinhou ao inserir uma reflexão filosófica no raciocínio. “Essa caminhada existencial tem grande desafio: para onde vamos? O que queremos? O que é a vida? A nossa realização acontece quando?”.

Crédito da Foto para Valéria Borborema

Já no contexto da Campanha da Fraternidade e em continuidade ao pensamento desenvolvido, o líder religioso ponderou que “olhamos para o planeta e notamos que, na perspectiva do projeto de Deus, somos chamados a cuidar da natureza, mas hoje há a perspectiva da subjetividade, que nos leva a cuidar no sentido de querer ser feliz, ter bem-estar e conforto”. Dom José Alberto alertou que “a terra prometida fica distante se a buscarmos como missão, pois de repente desponta diante de nós o eterno; o que vale mais: buscar o que nos agrada ou buscar um projeto que valorize a vida no planeta, sem individualismo, mas que seja baseado na solidariedade”.

Crédito da Foto para Valéria Borborema

O arcebispo de Montes Claros então lembrou São Tomás de Aquino, padre dominicano, filósofo e teólogo, grande expoente da escolástica, linha dentro da filosofia medieval surgida para responder às exigências da fé. “A Eucaristia nos é dada para vivermos em comunhão. Não só na hóstia consagrada, mas também no entrelaçamento do humano com o divino. Jesus alerta para a necessidade de haver vida na caminhada. Os judeus reclamavam e Deus respondia com maná, água da rocha, cura da picada de cobra e coluna de fogo. Deus quer que tenhamos grandes realizações”, frisou.

Dom José Alberto lamentou, porém, o fato de a humanidade desviar-se dos desígnios celestes. “Ó, sagrada fome do ouro e ouro de fome. Muitos colocam o material à frente, enquanto Jesus veio ensinar que, no egoísmo, não se pode fazer o bem do planeta. Jesus nos oferece vida solidificada no Deus feito homem. Nós acreditamos nisso, pois Jesus quis dar sua vida, sua divindade”, comentou.

Dom José concluiu que a Festa de Corpus Christi surgiu justamente para que “reafirmemos a presença real de Jesus na Eucaristia, que quer estar dentro de nós”. “O planeta tem jeito, sim. A comunhão plenificada ocorre a partir do momento que aceitamos Jesus como alimento absoluto, que transforma o nosso eu”, finalizou.

Crédito da Foto para Valéria Borborema

A Missa foi concelebrada pelos padres Dorival Souza Barreto Júnior e Kennedy dos Santos Silva, pelos monsenhores Geraldo Marcos Tolentino e José Osanan de Almeida Maia e pelos diáconos permanentes Euler, Edmar Araújo, Fernando Figueiredo Veloso e Celso Very. Na Bênção do Santíssimo, feita no interior da Catedral Metropolitana, dom José Alberto fez súplicas a Deus para que a sociedade seja mais eucaristizada e alcance, assim, a plenitude da vivência comunitária, sem desvios de conduta como os de políticos corruptos.

Crédito da Foto para Valéria Borborema

No trecho da Praça Pio XII [Praça da Catedral] e rua Dom Pedro II, até o cruzamento com a rua São Francisco, que coube à Catedral ornamentar, dezenas de agentes pastorais, sob supervisão do pároco, fizeram desenhos igualmente alusivos à Campanha da Fraternidade, contextualizados na Eucaristia. Centenas de fiéis participaram da Campanha do Agasalho, na Praça da Matriz. Os donativos serão entregues a famílias carentes.

Crédito da Foto para Valéria Borborema

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